É difícil que a queda de rendimento da equipe seja mera coincidência. Wilkins, que foi jogador do Chelsea por seis temporadas (quatro delas como capitão) antes de se transferir em 1979, era muito querido pelo grupo de atletas e considerado fundamental pelo técnico Carlo Ancelotti para sua permanência na equipe.
Jogador do Milan entre 1984 e 1987, Wilkins era a segunda voz de Ancelotti para o elenco, dada a dificuldade do treinador para se expressar em inglês. Havia sido contratado para a função em 2008, quando trabalhou ao lado de Luiz Felipe Scolari. Mas, segundo o técnico italiano manifestou em uma recente autobiografia, o papel de Wilkins ia muito além da simples tradução.
"Uma das razões para eu me encaixar no vestiário foi o papel fundamental desempenhado por Ray Wilkins, meu número 2 e meu amigo. Uma coisa é traduzir palavras - muita gente pode fazer isso - mas traduzir sentimentos é dom de poucos. Ray é um destes poucos, sempre presente, nobre de espírito, um verdadeiro sangue azul. O Chelsea corre em suas veias", escreveu Ancelotti.
"Seu coração bate em dois idiomas, e isso me ajudou. Sem ele, não teríamos vencido nada, e em particular não teríamos começado a temporada em velocidade supersônica", argumentou, referindo-se às conquistas da liga inglesa e da FA Cup em seu primeiro ano no cargo.
As circunstâncias da saída de Wilkins, anunciada em um frio comunicado de dois parágrafos no site do clube, nunca foram plenamente explicadas. Horas depois do anúncio, não havia traços do ex-jogador no mesmo site.
Sem seu principal canal de comunicação com os jogadores, Ancelotti começou a ter dificuldades e até reclamou publicamente da falta de autonomia em relação aos técnicos de outros clubes, como por exemplo Alex Ferguson no Manchester United. Tais comentários levaram a especulações sobre uma possível saída, e o resultado no dérbi de segunda deve movimentar novamente os rumores.
O fato é que uma escolha aparentemente inofensiva acabou tendo consequências pesadas para os Blues. Há mais problemas por trás, como a falta de profundidade do elenco em relação a temporadas passadas, mas é impossível ignorar o peso de uma decisão precipitada e injustificada como a dispensa de Wilkins.
Wilkins não voltará, mas é necessário colocar ao lado do italiano alguém com peso e capacidade semelhantes para ajudar a recolocar o time nos trilhos. O nigeriano Michael Emenalo, escolhido para a função no mês passado, não parece ser o nome ideal.
O time não corresponde em campo,lento,perde todas as divididas muito preguiçoso é a impressão de quem assisti as partidas de fora.Os jogadores mais experientes mal em campo como Frank Lampard e Didier Drogba,o atacante da Costa do Marfim perdido em campo saindo muito as área para buscar a bola e quando o time tem a bola perde a referência no ataque.
Ancelotti perdido fora do campo,sem reação para as péssimas jornadas da equipe.É aguardar as conseqüências da derrota para o Arsenal e o futuro do treinador dos blues.
